O engenheiro agrônomo da Cotrijal, de Não-Me-Toque, RS, Alexandre Doneda, relatou sobre o início da safra de soja de 2019. Segundo o técnico, a presença dos fungos Pythium e Pythophthora, foi o maior problema enfrentado pelos produtores.
Por meio de laudos fitopatológicos realizados, a intensidade de chuva acima da média - principalmente na segunda quinzena de outubro de 2018 - e as temperaturas baixas foram fatores para a ocorrência de fungos na soja. Para a germinação e emergência da planta é ideal uma temperatura de solo de 25ºC, já para ela se desenvolver é necessária temperatura próxima aos 30ºC.
Porém, houve períodos onde a temperatura do solo se manteve abaixo de 20ºC, inclusive chegou a marcar 10ºC, nem perto dos 25ºC desejados. De acordo com Doneda, o solo encharcado favorece a aparição dos fungos, pois ambas as espécies precisam de umidade de água livre na zona radicular das plantas afim de chegar até a raiz. Para o engenheiro agrônomo, “as questões climáticas associadas levaram a todos os problemas que tivemos de fungos de soja, praticamente todas as unidades da Cotrijal sofreram com isso”.
Mas afinal, há alguma solução para eliminar estes fungos? Doneda afirma que uma das saídas é a rotação de culturas, principalmente pela utilização do milho no sistema. Várias áreas onde foi plantado milho na última safra não apresentaram problemas com fungos.
Mas para evitar mesmo esse transtorno no campo, aposta-se num conjunto de fatores. Somente o uso de uma semente de alto vigor ou o tratamento de sementes não vai resolver o problema, é preciso olhar para o sistema de produção, ter um solo com uma boa infiltração de água, que não seja compactado e com atividade biológica boa.
“Nunca o conceito de manejo integrado esteve tão em alta como está agora, medidas isoladas não resolvem o problema, trata-se de rever o sistema de produção como um todo”, afirmou Alexandre.