Israel Dalmazzo Saldanha¹*, Guilherme Guerin Munareto², Eduardo Lago Tagliapietra³, Leonardo Silva Paula4, Cristian Savegnago4, Fabricio Vendruscolo Pinto Filho4, Kaleb Emanoel Ferreira do Amaral4, Solon de Lemos Rosa4, Nereu Augusto Streck5, César Eugênio Quintero6, Ramón Eduardo Espinal Genao7, Alencar Junior Zanon5
Introdução
A soja é a principal fonte de proteínas e óleos vegetais do mundo. Entre 1961 e 2021, a produção no Brasil aumentou de 271 mil para 121 milhões de toneladas, com um aumento de produtividade média de 1,1 para 3,2 toneladas por ha (FAO, 2021).
Os agricultores que conseguem promover a melhor interação entre genótipo x ambiente x manejo (GxAxM) já estão alcançando produtividades de 4,5 a 6,0 t/ha sem irrigação (Tagliapietra et al., 2021). As cultivares modernas apresentam um potencial de acúmulo de nutrientes cerca de duas a três vezes superiores em relação às utilizadas na década de 80 e 90 (Bender, 2015). Esse trabalho foi desenvolvido com o intuito de identificar a exigência de micronutrientes, bem como a remobilização destes nas partições da soja. Assim, buscamos entender a dinâmica nutricional na soja e relacionar os estágios fenológicos com a exigência de micronutrientes, primeiramente definindo o estágio da taxa máxima de acúmulo, e descrevendo e quantificando a remobilização dos nutrientes nas partições da planta de soja.
Materiais e Métodos
O presente estudo foi realizado na Fazenda Santa Terezinha, nas Sementes Aurora no município de Cruz Alta – RS, Brasil na safra agrícola de 2019/2020. A classificação do solo é Latossolo Vermelho Distroférrico Típico. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso com quatro repetições. As sementes foram inoculadas, a adubação foi aplicada de acordo com análises de solo para atingir produtividades potenciais. As plantas daninhas, doenças e pragas foram controladas para manter a cultura livre de estresses bióticos.
Resultados e Discussões
A cultivar do estudo produziu 110 sacas/ha, ou seja, 6.6 toneladas/ha com umidade em 13%, apresentando uma produtividade bem superior à média nacional e estadual.
Os valores de demanda na Tabela 1 indicam a necessidade nutricional para produção de uma tonelada de grãos de soja. O índice de colheita explica a quantidade de nutrientes que além de participar das reações fisiológicas e compor a biomassa da planta como um todo, são exportados via grão após a colheita da soja (os produtores e consultores devem estar atentos a esses valores). As taxas máximas de acúmulo nos mostram os períodos e quantidades exigidas no momento de maior demanda da planta pela capacidade de fornecimento de nutrientes do solo, também nos possibilitando entender pela fenologia de que maneira a planta de soja se comporta e a partir disso planejar manejos e programar o suprimento necessário para atingir altas produtividades.
Conclusão
Devemos planejar o manejo de micronutrientes das lavouras de soja de acordo com a expectativa de produtividade da lavoura, quantidade de nutrientes no solo e exportados pelos grãos. Os valores de acúmulo destes nutrientes bem como os os períodos que estão descritos neste trabalho servem como referência para novas recomendações que estejam de acordo com os patamares atuais de produtividade, assim assegurando não só o rendimento como a lucratividade e sustentabilidade da produção agrícola.
1Aluno de graduação em Agronomia, UFSM, Santa Maria/RS
*Autor para correspondência: [email protected]
2Engenheiro Agrônomo, Mestre em Engenharia Agrícola, UFSM, Santa Maria/RS
3Aluno de doutorado em Agronomia, UFSM, Santa Maria/RS
4Aluno de graduação em Agronomia, UFSM, Santa Maria/RS.
5Engenheiro Agrônomo, Santa Maria/RS
7Professor na UFSM, Santa Maria/RS
6Professor na Universidad Nacional de Entre Ríos, Paraná/ARG
7Engenheiro Agrônomo, República Dominicana
Referências
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