O equipamento de amostragem de solo pode estar lhe enganando em condição de solo seco?


Autores:

Anderson Lange1 e Antônio Carlos Alves de Sousa2

Publicado em: 11/10/2024

Introdução 

Os sistemas conservacionistas implementam tecnologias para a diminuição da degradação dos solos, melhoria ambiental e que garantem aumento da produtividade das culturas. Entre estas técnicas está o Sistema Semeadura Direta (SSD). Sua adoção modificou os atributos químicos, físicos e biológicos do solo em relação ao preparo convencional e antigos relatos mostram esta evolução, demonstrando o aumento da concentração de nutrientes na superfície do solo, como já a muito documentado. Recentemente Sousa et al. (2016) verificaram que tanto a adubação na linha de semeadura como lanço em SSD, após longo tempo de utilização, torna o perfil do solo semelhante abaixo de 10 cm, porém há maior acúmulo para a adubação a lanço em relação à linha, com notável acúmulo na superfície para P, principalmente.

No Mato Grosso o uso da adubação antecipada, em pré-semeadura na cultura da soja, a lanço é largamente utilizado, devido a melhor operacionalidade dentro das propriedades. Nesta situação, a amostragem de solo é etapa crítica no programa de avaliação da fertilidade e norteia as recomendações. A metodologia em SSD preconizada como método padrão consiste em abrir uma trincheira abrangendo a última linha de semeadura mais metade do espaçamento da entrelinha da cultura anterior para ambos os lados (CFSMG, 1999). Nicolodi et al., (2002), propôs o uso sonda, com o número de pontos amostrados dependendo da cultura antecessora, com furos sobre a última linha de semeadura e na entrelinha.

Entre os equipamentos utilizados na amostragem estão trados, sondas, pá-de-corte, enxadão e hastes de rosca de perfuração acopladas a furadeiras ou quadriciclos. Salet et al. (2005) verificaram que há baixa repetibilidade dos resultados da amostra de solo com trado holandês quando realizada por indivíduos diferentes, e que os valores dos índices de fertilidade são subestimados em relação à amostragem com pá-de-corte. Acqua et al. (2013) verificaram que a posição, a profundidade e o equipamento de coleta de solo (furadeira acoplada a haste de rosca x trado) podem mudar substancialmente os resultados de análise de solo e, em consequência, as recomendações de adubação.

Porém, em função do rendimento operacional, devido às grandes áreas e elevado número de amostras, a grande maioria das amostragens em lavouras do MT ocorrem com o uso de hastes acopladas a furadeira e/ou quadriciclos. Dessa maneira, o objetivo do trabalho foi comparar os resultados das amostras de solo coletadas via trincheira, furadeira acoplada a haste de rosca e chave de impacto acoplada a uma sonda com extremidade recortada, semelhante a “serra-copo”, em áreas distintas, com mais de 15 anos de adoção de semeadura direta com calagem e adubação superficiais. 

Material e Métodos

As áreas amostradas estão localizadas nas fazendas do Grupo Tassiana (Sinop, MT), cerca de 30 km da cidade de Sinop – MT. A amostragem ocorreu no mês de julho/agosto de 2022, antes do início das chuvas na região, época caracterizada pela coleta de solo na grande maioria das propriedades, logo após a colheita do milho 2ª safra.

Os solos são de fertilidade construída, com 15 anos ou mais de uso agrícola em plantio direto, e calagem e adubação distribuídas em superfície, em área total. A calagem se repete bianualmente desde 2017, buscando-se saturação por bases ~60-70%. As adubações são anuais, sendo que para a soja as doses de fósforo usadas são para atingir níveis considerados de adequados/altos, com 100-120 kg/ha de P2O5 e, no caso do potássio, tem-se buscado na soja atingir algo próximo a 3% da CTC. Para o milho aproximadamente 100-120 kg/ha de N, 50 kg/ha de P2O5 e 100 kg/ha de K2O. Micronutrientes e enxofre são utilizados via solo, previamente a semeadura da soja, também em superfície e adubações foliares são rotina na propriedade. A produtividade média de soja tem sido próxima a 70 sc/ha e o milho tem atingido 150-160 sc/ha.

Experimento 01

A amostragem de solo buscou comparar o método da trincheira e haste de rosca acoplada a furadeira (Figura 1). Para isso foi utilizada a área de um experimento de calagem que foi instalado em agosto de 2018 (498 g/kg de argila), com 13 tratamentos (Trat 1: controle (0 t/ha); Trat 2: 10,6 t/ha D superficial; Trat 3: 5,9 t/ha D superficial; Trat 4: 3,57 t/ha D superficial; Trat 5: 1,52 D + 3,80 C t/ha Blend de Ca e Mg superficial; Trat 6: 2,46 D + 5,13 C t/ha Blend Ca e Mg superficial; Trat 7: 5,69 t/ha C previamente a soja em 2018 e superficial + 5,69 D pós colheita do milho em 2019 superficial, Trat 8: 8,50 t/ha D 4 mm superficial; Trat 9: 5,3 t/ha D Filler superficial; Trat 10: 6,90 t/ha C superficial; Trat 11: 12,3 t/ha C superficial; Trat 12: 5,69 D  + 5,69 C t/ha superficial e Trat 13: 5,69 D superficial  + 5,69 C t/ha incorporado), sendo C-calcário rico em cálcio (45,9% de CaO e 1,9% de MgO) e D-rico em magnésio (29,7% de CaO e 20,10% de MgO), distribuídos em blocos casualizados com quatro repetições. Apenas em um tratamento (T13) foi realizado a incorporação do corretivo em 2018, os demais todos em superfície (Aguiar, 2021).

A trincheira foi aberta sobre a última linha de semeadura do milho, a 25 cm para a esquerda e 25 cm para direita, até 30 cm de profundidade. O espaçamento de semeadura do milho e da soja tem sido de 50 cm entrelinhas. Com uma bandeja de polietileno, a parede da trincheira foi amostrada, retirando-se uma fatia de 3-4 cm de espessura, transversalmente a última linha de semeadura, conforme ilustração (Figura 1). No mesmo ponto foram retirados 10 furos com a haste de rosca acoplada a furadeira, sendo dois furos sobre a última linha de cultivo, quatro a 12,0 cm da linha e quatro a 25,0 cm da linha. A amostragem foi de 0-20 cm. Na mesma situação a trincheira foi também amostrada em camadas de 5 a 5 cm, até 20 cm. Utilizou-se apenas os teores de P de 0-5 cm para compará-los aos da haste de rosca de 0-20 cm.

 

Experimento 02

Foram escolhidas cinco áreas (talhões) comerciais (Tabela 1). Em cada talhão foi demarcado um quadrante de 20 x 20 m, e dentro deste, cinco parcelas de 2 x 2 m (denominadas de repetições), nas quais o solo foi amostrado na profundidade de 0 – 20 cm (Figura 1). Considerou-se um delineamento inteiramente casualizado, com três tratamentos (amostragem pela trincheira, haste de rosca acoplada a furadeira e sonda “serra-copo” acoplada a chave de impacto) e cinco repetições. O procedimento de amostragem da trincheira e haste foi semelhante ao descrito no experimento 01. A amostragem com a sonda foi realizada da mesma forma que a haste de rosca, com 10 furos, para compor a amostra.

As amostras simples de cada repetição foram colocadas em um recipiente limpo, homogeneizadas e retirados aproximadamente 200-300 g para formar a amostra composta, que foi acondicionada em saco plástico e enviads ao laboratório, para análise. Determinou-se o pH (água e cloreto de cálcio), os teores trocáveis de P, K, Ca, Mg, cujas metodologias são descritas em Silva et al. (1999) e o cálculo da saturação por bases (V%) e capacidade de troca de cátions (CTC). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e teste de comparação de médias pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade.

 

Resultados e Discussão 

Experimento 1

Todas as variáveis analisadas foram afetadas pelos métodos de amostragem (Figura 2), com valores sempre superiores ao se usar a haste de rosca. No total das 130 observações relatadas quando comparados os métodos para a camada de 0-20 cm, apenas cinco comparações foram semelhantes estatisticamente (P nos tratamentos 1 e 11, Mg nos tratamentos 1, 5 e 11), nas demais os métodos sempre acusam resultados diferentes e superiores ao se usar a haste de rosca. Para P, os valores na amostragem com trincheira foram 2 ou 3x menores que os da haste de rosca, como, por exemplo, no tratamento 10, em que a trincheira resulta em 7,5 mg/dm3 e a haste com 26,3 mg/dm3 (3,5x maior para haste).

Para K, os valores da haste de rosca correspondem ao dobro dos valores da trincheira, com pode ser visto na média final, com 72 mg/dm3 para haste e apenas 36 mg/dm3 para trincheira.

Os valores de Ca foram sempre superiores ao se amostrar com a haste de rosca e para Mg apenas em três situações não houve diferença significativa (tratamentos 1, 5 e 11). As variações acompanham as características dos corretivos que foram aplicados ao solo quatro anos antes da amostragem. Tomando como exemplo o tratamento 11, que recebeu 12,3 t/ha de calcário rico em CaO (45,9%), e os tratamentos 12 e 13, com a dose de 50% do corretivo rico em CaO e 50% para o corretivo rico em MgO (20,10%), com elevada entrada de Ca, os valores de Ca ficam próximos a 5-6 cmolc/dm3 para haste de rosca e a trincheira entre 2-3 cmolc/dm3. Para Mg, o comportamento é semelhante ao observado para Ca, em que a aplicação de 10,6 t/ha de calcário rico em MgO (tratamento 2), resultou em 2,30 cmolc/dm3 com haste de rosca e apenas 1,07 cmolc/dm3 para trincheira.

A saturação por bases (V%), variou de 34 (amostragem trincheira, tratamento 1, sem corretivo) a 82 (tratamento 13, amostragem com haste de rosca), com todos os valores superiores ao se usar a haste de rosca. No tratamento 12, a trincheira aponta 49% e a haste 79%, valores que do ponto de vista prático influenciariam na tomada de decisão sobre o uso de calcário.

Comparação dos teores de P da camada de 0-5 cm pelo método da trincheira versus 0-20 cm para a haste de rosca (Figura 2 F)

Os teores de P de 0-20 cm quando obtidos pela amostragem com a haste de rosca são estatisticamente iguais aos teores de 0-5 cm obtidos pela trincheira, o que confirma a hipótese de que a haste de rosca causa atrito na camada superficial de solo retirando praticamente quase todo o material (solo) desta camada e muito pouco de camadas mais profundas, comprometendo a amostragem na época de solo seco na região. 

Experimento 2

Os métodos de amostragem resultaram em diferenças significativas para todas variáveis, como pHH2O, pHCaCl, P, K, Ca, Mg, saturação por bases (V%) e CTC (Figura 3). Em determinadas variáveis, essas diferenças não ocorreram em todas as áreas, porém, de modo geral fica evidente a influência do método distorcendo resultados.

Nas áreas 1 e 2, em solos com textura média, 180 e 350 g/kg de argila, respectivamente, o efeito no teor de P (mg/dm3) é mais pronunciado, pois na área 2 há uma diferença numérica de 4,25x no teor de P, em que a amostragem pela trincheira resulta em 15 mg/dm3, estatisticamente igual à amostragem pela sonda (8 mg/dm3) e a haste de rosca apresenta 63 mg/dm3 de P. Na área 1, o aumento é de 3,23x, passando de 24 mg/dm3  na trincheira, que é semelhante estatisticamente a sonda (34 mg/dm3) para 78 mg/dm3 de P na haste de rosca. Na área 5 o comportamento é semelhante as áreas 1 e 2. Já na área 3 e 4, os menores valores ocorrem com a amostragem na sonda, porém numericamente os valores estão bem próximos. Na média geral, este comportamento se repete, com diferença significativa, sendo a trincheira e a sonda apresentam valores de P entre 12-14 mg/dm3 e a haste de rosca 36 mg/dm3.

Para K, os valores acusados pela haste de rosca são superiores à trincheira ou sonda. Na área 1, a haste de rosca, com 164 mg/dm3 foi 2,8x maior que na trincheira (59 mg/dm3), ficando da sonda numa posição intermediária, situação similar é observada para as áreas 2 e 4, em que o valor de K com o uso da haste de rosca é 2,5 e 1,4x maior do que na coleta pela trincheira, respectivamente. Nas áreas 3 e 5, os valores de K acusados pela trincheira pela haste de rosca são similares estatisticamente e superiores a sonda.

Para as bases Ca e Mg, o comportamento dos métodos se assemelha ao observado para P, em que os valores encontrados pela trincheira e sonda assemelham-se ficando próximos a 1,2-1,5 cmolc/dm3 para o Ca, enquanto a haste de rosca acusa resultados próximos a 2,0 cmolc/dm3 (média de 1,91 cmolc/dm3). O mesmo é observado para Mg no solo, em que a haste de rosca apresenta valores superiores aos demais métodos nas áreas 1, 2, 4 e 5, sendo apenas na área 3 todos semelhantes estatisticamente.

A haste de rosca mostra maiores valores para saturação por bases (V%) nas áreas 1, 3 e 4 e média geral, decorrente na variação nos teores de Ca, Mg e K também superiores.  Nas áreas 2 e 5 a saturação por bases foi estatisticamente igual para os três métodos testados, com valor próximo a 50% na área 2 e entre 25-30% na área 5. O valor mais discrepante foi na área 4 em que a trincheira, a sonda e a haste apresentaram saturação de 31, 45 e 53, respectivamente, sendo todas estatisticamente diferentes. Há alguma variação estatística nos valores de pH (0,2-0,3 unidades), o que agronomicamente não compromete a amostragem.
 
Discussão

A amostragem e posterior análise do solo serve para nortear a aplicação de calcário, P, K e micronutrientes nos sistemas agrícolas das grandes culturas. Os valores de P são os mais discrepantes ao comparar as metodologias de amostragem de solo, pois este nutriente fica concentrado na camada superficial em áreas de plantio direto e, nesta condição a haste de rosca, devido ao solo estar extremamente seco na camada superficial na época da coleta no MT, causa alteração nos resultados, sempre superiores em relação a trincheira ou sonda “serra-copo”, devido ao maior atrito que a haste tem com a camada superficial (primeiros centímetros), que acaba por “recolher” grande quantidade de solo rico em P, com baixo volume vindo da camada subsuperficial (abaixo de 5-10 cm), superestimando valores, o que também é verdade para Ca e Mg. Isso fica evidente na figura 2-F, ao se comparar os dois métodos para as diferentes camadas de solo.

No experimento 01, os valores para P na trincheira (Figura 2-A), média geral de 8,5 mg/dm3, são classificados com média/adequada disponibilidade, e haste de rosca com 21,3 mg/dm3 como muito alta disponibilidade (textura de 498 g/kg de argila), segundo Sousa et al. (2016), causando interpretação distinta ao se recomendar a adubação com P.

Em contrapartida, o uso da sonda, ao penetrar no solo, não permite, após ser inserida, que o solo do exterior entre em contato com interior após o início da perfuração, mantendo o solo da superfície dentro da mesma e, ao ser inserida em profundidade, esta vai recolhendo o solo, conforme é aplicada a rotação/impacto da chave de impacto, diminuindo e evitando contaminação da amostra, o que fica evidente no experimento 02, em que há grande similaridade estatística para boa parte dos resultados entre a sonda e a trincheira, principalmente para P, Ca, Mg.

Ao se aplicar a equação para recomendação de P corretiva, proposta por Sousa et al. (2016) para atingir 90% da produtividade potencial das culturas, em que [Dose de fósforo (kg/ha de P2O5) = [(32 – 0,4 x argila %) – Teor atual de fósforo] x (2,43 x e0,0483 argila %)], temos no experimento 02, em que os teores de P no solo já estão corrigidos, ausência de aplicação corretiva, devido aos anos de correção, para trincheira, sonda e haste de rosca, com doses calculadas negativas, de -43, -6 e -652 kg/ha de P2O5, respectivamente. 

No experimento 01, a amostragem pela trincheira recomendaria 96 kg/ha de P2O5 e a haste de rosca -240 kg/ha de P2O5, ou seja, não haveria necessidade da realização de fosfatagem corretiva ao observar os dados da haste de rosca. Se analisarmos o menor valor de P encontrado no experimento 01, que está no tratamento 6, com 6,2 mg/dm3 para trincheira e 23,4 mg/dm3 para haste de rosca, os valores da recomendação de P são extremamente distintos, com 158 e -305 kg/ha de P2O5, respectivamente.

Para K, a média final, no experimento 01 (Figura 2) com 72 mg/dm3 para haste e apenas 36 mg/dm3 para trincheira mostra que o K na trincheira é mais realista, pois a maioria do K presente no sistema se encontra na palhada de milho nesta época e o solo tem valores reduzidos e próximos aos observados por Cavalli et al. (2018), em condição de manejo bem semelhante a área estudada aqui. Para Ca e Mg, o comportamento é similar ao P, devido ao volume de solo desproporcional que a haste recolhe. Os valores de Ca, no experimento 01 para a amostragem com trincheira, próximos a 3,0 cmolc/dm3 são mais aceitáveis, pois, apesar da elevada dose de corretivo aplicada em alguns tratamentos, a correção foi há quatro anos, sendo que o pico da reação ocorre normalmente no 2º ano após a aplicação (PINTO, 2021).

A saturação por bases (V%) superior devido ao uso da haste de rosca acaba dimensionando a dose de corretivo de forma equivocada ao se utilizar o método da saturação por bases (Raij et al., 1996) causando erros na dosagem de calcário. 
Comparando a aplicação de calcário utilizando as saturações por bases do experimento 01, admitindo um calcário com PRNT de 100% e CTC 8,30 cmolc/dm3 (AGUIAR, 2021) e buscando elevar a saturação para 75%, pelo método da saturação, teríamos a aplicação de calcário apenas nos tratamentos 1, 4, 5 e 8 com as doses de 2,32, 0,91, 0,66 e 0,58 t/ha, respectivamente, ao se utilizar a haste de rosca. Já ao usar os dados da trincheira a recomendação seria para todos os tratamentos e para a média final deles de 3,40, 2,24, 1,99, 2,24, 2,49, 1,91, 2,08, 2,24, 1,91, 2,32, 1,25, 2,16, 1,91 e 2,16 t/ha, mostrando a diferença que a metodologia de amostragem pode provocar nas interpretações.

A camada superficial do solo no sistema de cultivo sem revolvimento e com adubação a lanço em área total (rotina regional) deixa a camada superficial rica em P, Ca, Mg e K, fato conhecido na literatura nacional e a haste de rosca usada em solo extremamente seco acaba por recolher grande quantidade de solo da camada superficial, superestimado os resultados finais, podendo alterar a futura recomendação de adubação e calagem nas áreas.

Conclusão 

No experimento 01 a amostragem com haste de rosca superestima os valores de P, K, Ca, Mg e V% em relação a amostragem com a trincheira, sendo que a amostragem pela trincheira de 0-5 cm tem valor semelhante a haste de rosca de 0-20 cm.
No experimento 02, a amostragem com a trincheira e sonda “serra-copo” apresenta maior similaridade dos resultados das análises de solo quando comparados à haste de rosca.

Para maior confiabilidade na amostragem de solo buscando coleta de grande número de amostras, recomenda-se como equipamento a sonda “serra-copo” em detrimento ao uso da haste de rosca, principalmente na condição de solo extremamente seco

 

Agradecimentos 
O autor agradece a acadêmica Cassia Kathleen Schwengber, pela coleta das amostras, aos acadêmicos envolvidos do curso de Agronomia da UFMT-Sinop e ao Grupo Tassiana, por disponibilizar as áreas.

1Professor de Solos, ICAA, Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop/MT, [email protected]

2Acadêmico do curso de Farmácia/Técnico do Laboratório de Solos, Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop, MT

Referências

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