Entre as plantas daninhas que têm causado mais problemas na região sul está corda-de-viola, campainha ou corriola (Ipomoea sp.). Nos últimos anos, o nível de dificuldade no controle dessa planta aumentou, e a hipótese é de que o uso intensivo de glifosato causou aumento natural da tolerância a esse herbicida. Existem várias espécies de corda-de-viola, entre as quais a Ipomoea grandifolia e a Ipomoea purpurea.
Essa planta pertence à família Convovulaceae, e ocorre na maior parte dos cultivos, basicamente em qualquer tipo de solo, com preferência pelos semi-arenosos. Descrição É uma planta herbácea e trepadeira que pode atingir até 3 m de comprimento.
O ciclo da corda-deviola tem duração de 100 a 120 dias, produzindo flores e sementes ao final do ciclo. Devido a dormência das sementes, o fluxo de germinação dessa planta é variável na primavera-verão. Dano causado e manejo nas principais culturas O fato da espécie possuir porte de herbácea e trepadeira é uma das características que dificulta a colheita de grãos em lavouras com infestação de Ipomoea.
O impacto dessa cultura em soja vai além de atrapalhar a colheita: uma planta de corda-de-viola por m² pode reduzir a produtividade de soja em aproximadamente 26% (PAGNONCELLI, 2017). O controle cultural é uma estratégia para diminuir a infestação da corda-de-viola, podendo ser feito através de plantas de cobertura para que ocorra competição com a invasora, e cobertura com palhada para reduzir a germinação das plantas daninhas.
Recomenda-se também uso de sementes certificadas e limpeza de máquinas para diminuir a quantidade de sementes levadas para dentro da propriedade. Alguns autores afirmam que a corda-de-viola é uma das espécies com maior tolerância natural ao glifosato em lavouras.
Por isso, é sugerido que nos cultivos de soja e algodão RR, o controle dessa planta daninha seja feito com outros mecanismos de ação, tal como o glufosinato de amônio.
Além do glifosato, existem outras opções de ingredientes ativos registrados para essa daninha, em dessecação ou dentro das culturas: 2,4-D; Ametrina; Atrazina; Carfentrazona; Clomazona; Clorimurom; Diurom; Glufosinato de Amônio; Hexazinona; Imazaquim; Imazetapyr; Lactofem; Nicosulfurom. Desses, os que possuem informações de controle de corda-de-viola dentro da cultura da soja podem ser vistos no quadro 1.
É importante realizar rotação de culturas quando possível, para possibilitar a utilização de outros herbicidas para “folhas-largas” (Dicotiledôneas), diminuindo o risco de resistência e aumentando a eficácia do controle.
Referências
PAGNONCELLI, Fortunato De Bortoli et al . Morning glory species interference on the development and yield of soybeans. Bragantia, Campinas , v. 76, n. 4, p. 470-479, Dec. 2017
REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA REGIÃO SUL, 41ª. Indicações Técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, safras 2016/2017 e 2017/2018. Editora UPF. Passo Fundo, 2016.