Equipe Editorial Revista Plantio Direto
A cigarrinha, Dalbulus maidis, uma das mais sérias pragas de milho na América Latina, se aloja normalmente no cartucho, onde suga a seiva e ocasiona mudança na cor da folha (avermelhada e amarelada), murcha, menor desenvolvimento e até morte das plantas.
Além disso, este inseto pode transmitir três patógenos importantes: dois molicutes (classe Mollicutes-Reino Bacteria), que são um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii) e um fitoplasma (Maize bushy stunt) e o vírus Rayado fino. Todos esses patógenos causam doenças sistêmicas, ou seja, dificultam ou impedem a passagem de fotoassimilados pela planta, que fica com o crescimento reduzido. Os molicutes, ainda, causam dois tipos de enfezamentos: enfezamento pálido (causada por espiroplasma) e enfezamento vermelho (causada por fitoplasma).
Por ainda não existir um método prático para se identificar a presença desses fitopatógenos nas lavouras, D. maidis deve chamar atenção tanto para o inseto em si, como para os patógenos dos quais é vetor, já que a presença dos mesmos deve ser necessariamente atrelada à presença da cigarrinha.
Vários estudos mostram que a planta, ao adquirir a doença na fase inicial, tende a mostrar maiores prejuízos, levando até mesmo a não produzir a espiga. De acordo com Viana (2004) as perdas de produtividade causadas pelos enfezamentos podem chegar a 80%. Waquil (1997) verificou que altas infestações podem ser muito problemáticas, sendo observado que em uma população de 10 indivíduos por plântula houve uma redução de 40 e 62% de peso de matéria seca de parte aérea e sistema radicular, respectivamente.
No manejo desta praga devem ser levados em consideração aspectos como a eliminação de hospedeiros (milho tiguera), definição de épocas de semeadura (reduzir janela de plantio), uso de cultivares mais resistentes ou tolerantes aos patógenos, controle biológico e controle químico.
Entre as estratégias químicas o tratamento de semente com os inseticidas neonicotinóides (imidacloprid, thiametoxan e clotianidina) tem promovido controle de parte da população, mostrando eficiência até os 15 dias e 20 dias após a emergência da cultura. Outra estratégia são as pulverizações com inseticidas a fim de promover controle até as fases de V8-V9, onde a praga diminui os seus prejuízos.