Equipe Editorial Revista Plantio Direto
Introdução
Os custos de produção de lavouras de grãos, em especial soja e milho, têm aumentado muito nas últimas décadas. Embora os custos aumentem gradualmente, nem sempre é possível atingir altas produtividades que compensem o alto investimento de insumos, mecanização e tecnologia em geral, pois cada ano é um ano, e a necessidade hídrica do cultivo nem sempre é suprida, além de problemas com pragas, doenças e plantas daninhas por vezes reduzirem a produtividade e aumentarem o uso de insumos. Por isso, é importante ter muito bem controlado todos os custos e despesas além da receita que é obtida com a venda da produção.
Um dos apontamentos que alguns agricultores e técnicos fazem é que, o custo de incluir diferentes plantas de cobertura no sistema é alto.
O que gostaríamos de mostrar nessa reflexão é que, o custo de manter o solo coberto durante o ano todo apenas pode ser considerado alto se não pensarmos nos benefícios que essa prática traz, e não consideramos os problemas que surgem quando não fazemos isso.
Pode
O consumo de combustível para cada máquina foi considerado como 15 L/h e o custo do óleo diesel como R$ 3,60/L. Foi considerado também que as operações foram feitas com as seguintes capacidades operacionais: semeadura – 2,3 ha/h; pulverização – 20 ha/h; distribuição de fertilizante – 12 ha/h; colheita – 3 ha/h.
Nessa ocasião não foi feito aplicação de corretivo de solo (calcário). Por fim, preferimos não incluir valores de depreciação, manutenção ou financiamentos no custo de produção da safra. Nesse caso, eles seriam considerados como custos da propriedade, não da safra, e para chegar a um equilíbrio de contas da empresa rural, podem ser descontados depois de pagos os custos operacionais e com insumos.
Você pode substituir os valores apresentados na tabela pelos valores mais próximos da sua propriedade ou região para obter uma análise mais fiel a sua realidade.
Talvez a conclusão que podemos chegar após essa análise é que, o custo de introduzir uma cobertura, por mais simples que seja não é expressivo, quando comparado aos demais insumos utilizados. O custo relativo de incluir aveia preta em áreas que não são arrendadas, por exemplo, é de 4,4% (isso considerando que o agricultor adquiriu a semente de aveia por um valor em torno de R$ 1,50/kg. Muitos produtores preferem “salvar” a semente de aveia).
O custo de incluir uma cobertura mais complexa no sistema (um consórcio de espécies com preço maior, como ervilhaca, por exemplo) nesse cenário irá variar entre 1,3 a 2 sacos por hectare. Considerando a estabilidade de produção e aumento da fertilidade ano a ano que podemos obter constituindo um sistema com solo protegido, nos parece que 2 sacos de soja por hectare é um investimento baixo.