Perguntas e Respostas


Autores: Equipe Editorial Revista Plantio Direto
Publicado em: 31/12/2019

Quais os critérios para utilizar calcário calcítico ou dolomítico?

O calcário calcítico é um corretivo de solo que possui 5% ou menos de óxido de magnésio (MgO) em sua composição, e o calcário dolomítico é um corretivo que possui mais do que 5% de MgO.

Além do custo, um dos critérios principais para a utilização de um tipo ou outro de calcário é a necessidade de adição de magnésio ao solo, e sua relação com os demais elementos, em especial o cálcio. A recomendação principal é que tanto o cálcio quanto o magnésio estejam presentes no solo em quantidade suficiente para que as plantas consigam absorver esses nutrientes.

O teor exato recomendado de cálcio e magnésio pode variar para cada tipo de solo, região, e cultura produzida, sendo importante buscar orientação dos Manuais e Informações Técnicas Regionais. Em geral, encontra-se recomendações em que a saturação de cálcio na CTC (Capacidade de Troca de Cátions) do solo esteja entre 50 a 65%, e a saturação de magnésio esteja entre 10 a 20%.

Alguns trabalhos recomendam relações entre cálcio e magnésio que variam entre 2:1 até 4:1, embora essa seja um indicador que varia com o tipo de solo e cultivo, havendo diversos trabalhos de pesquisa com resultados aparentemente contraditórios, que fortalecem a evidência de que uma relação ideal entre cálcio e magnésio no solo é dependente do tipo de espécie cultivada e da capacidade do solo de fornecer esses nutrientes.

No entanto, não adianta a relação de cálcio e magnésio estar equilibrada, e as quantidades de nutrientes como fósforo e potássio estarem em níveis abaixo do padrão.

Da mesma forma, não adianta a relação de cálcio e magnésio estar equilibrada se o solo não estiver com a acidez corrigida.

Considerando esses fatores, pode-se dizer que, a menos que a saturação de magnésio no solo esteja muito baixa e/ou a relação Ca:Mg esteja muito alta, o critério principal de decisão entre o calcário calcítico ou dolomítico ainda é o custo do insumo para o produtor

Considerando uma área na qual será semeada soja e onde há presença de buva e azevém, é recomendado a aplicação de 2,4-D em mistura com glifosato e cletodim? Em qual dose?

De forma geral, a aplicação de glifosato e 2,4-D pode ser recomendada, contudo existem relatos de formação de “pasta” quando a mistura ocorre em condições de baixa temperatura (abaixo de 10°C) da água e/ou com algumas formulações de glifosato como a DI e a WG. Essa reação nunca foi explicada ou reproduzida de forma sistemática, e as causas parecem ser específicas e não correm de forma ampla.

Com exceção dessa formação da “pasta”, não ocorre incompatibilidade nem antagonismos entre esses dois herbicidas de forma a se perder eficiência. Já, o cletodim (e outros graminicidas como haloxifope) ao ser associados com 2,4-D pode apresentar redução da eficiência em função da absorção e translocação dos graminicidas.

Pensando em aplicação com menores custos na presença de buva (considerando buva resistente ao glifosato), a mistura de 2,4-D + glifosato é indicado. No caso de a população ser de azevém (resistente ao glifosato), a associação mais indicada é glifosato + cletodim.

Já em situações de infestações mistas (buva + azevém resistentes ao glifosato), a associação de glifosato + 2,4-D + cletodim é a opção mais eficiente. A mistura de diferentes mecanismos de ação herbicida, para azevém glifosato + cletodim e para buva glifosato + 2,4-D, atingirá ambas as espécies em mais de um sítio de ação, o que é recomendado para prevenir resistência aos herbicidas.

Contudo, a associação das três moléculas na mesma aplicação poderá apresentar perda de eficiência de controle e ser menos econômica do que a mistura de dois princípios ativos apenas. No caso de associação de 2,4-D + cletodim na mesma aplicação recomenda-se uso das máximas doses indicadas na bula.