A chamada aplicação zero é uma aplicação de fungicida em estádio V4 da soja, aproximadamente 25-30 dias após emergência. É realizada com viés preventivo, visto que é um estádio onde já não há mais residual do tratamento de semente, a cultura está altamente suscetível ao ataque de patógenos e, a primeira aplicação, realizada em V8, ainda está distante (a qual não deve ser substituída pela aplicação zero, sendo esta uma aplicação complementar!).
O foco da aplicação zero está essencialmente no controle de manchas foliares como a septoriose, a mancha alvo, a cercosporiose e a antracnose. No entanto, serve também como preventiva para doenças como a ferrugem asiática e oídio. A escolha do fungicida, neste sentido, vai variar de acordo com os patógenos que se deseja controlar, podendo ser usados triazois, ou triazois misturados com estrubilurinas, benziminadozois ou multissítios.
Para otimizar a aplicação, pode ser realizada juntamente com a aplicação de herbicidas que é feita neste mesmo estádio (V4). Nestes casos, contudo, é importante levar em consideração a compatibilidade entre os fungicidas e os herbicidas: o uso de glifosato com multissítios, por exemplo, pode apresentar problemas de incompatibilidade.
Estudos prévios já têm demonstrado produtividade mais elevadas com esta aplicação. Entretanto, benefícios gerais do manejo preventivo como a maior proteção e melhor manutenção da sanidade da planta ao longo do tempo são facilmente evidenciados nas lavouras que optam por adotar esta aplicação, que acaba resultando, indiretamente, em aumentos de produtividade.