Biotecnologia e o Agro


Autores: Andréia Caverzan
Publicado em: 31/12/2019

Biotecnologia impulsionando o setor agrícola.

A área global cultivada com culturas biotecnológicas aumentou aproximadamente 113 vezes, de 1.7 milhões de hectares em 1996 para 191.7 milhões de hectares em 2018, sendo a tecnologia de culturas adotada mais rapidamente nos últimos tempos. Estudos mostram que os transgênicos estão gerando muitos benefícios financeiros, econômicos, sociais e ambientais. Portanto, são um dos maiores avanços tecnológicos do setor agrícola das últimas décadas. O Brasil, em 2018, cultivou 34.86 milhões de hectares de soja, 15.38 milhões de hectares de milho, 1 milhão de algodão e 400 hectares de cana-de-açúcar transgênica, a qual foi plantada pela primeira vez e possui resistência a inseto (broca-da-cana).

Biotecnologia e a cultura do milho.

Através da biotecnologia plantas geneticamente modificadas de milho são altamente produtivas e eficientes no controle de determinados grupos de insetos, conferindo ótimo retorno financeiro ao produtor. No Brasil, existe a aprovação para o plantio, consumo animal e humano de diversas cultivares de milho transgênico que apresentam as características de resistência a insetos e tolerância a herbicidas. O milho Bt expressa proteínas inseticidas derivadas da bactéria Bacillus thuringiensis, as quais possuem propriedades específicas e são capazes de causar a morte de determinados grupos de insetos quando esses ingerem a planta transgênica, o que proporciona a minimização dos danos causados por essas pragas na lavoura. Já a tolerância a herbicidas ajuda no controle de plantas daninhas que contribuem para a redução da produtividade.

Desenvolvimento de cultivares de milho.

Novas cultivares resistentes a outros insetos, tolerantes a diversos herbicidas e estresses abióticos estão em desenvolvimento. No Brasil, até o momento, está liberado para o consumo humano e animal, mas não para o plantio ainda, novas tecnologias para a cultura do milho, ex.: milho EnogenTM, o qual foi introduzido o gene sintético amy797E que expressa uma alfa amilase termoestável originário de Thermococcales spp., assim esse milho possui a produção de enzima que acelera a quebra de seus carboidratos em etanol; milho Genuity®DroughtGardTM foi introduzido o gene cspB, da bactéria Bacillus subtilis, esse gene mantém o metabolismo das células em condições de falta de água, conferindo a planta tolerância a estresses causados pela seca; milho SmartStax™Pro x Enlist, possui os genes cry1Ab, cry34Ab1, cry35Ab1; cry3Bb1 da bactéria do solo Bacillus thuringiensis e dvsnf7 de Diabrotica virgifera que conferem resistência a insetos, ainda o gene aad-1 de Sphingobium herbicidovorans que confere resistência ao herbicida 2-4D, e o gene pat de Streptomyces viridochromogenes que confere tolerância ao herbicida glufosinato, e o gene cp4epsps de Agrobacterium tumefaciens que confere tolerância ao glifosato, portanto esse milho possui resistência a insetos e tolerância aos herbicidas glifosato, glufosinato e 2-4D.

Milho biofortificado com vitaminas.

A biofortificação é uma técnica que possibilita enriquecer alimentos com determinados nutrientes. Alguns exemplos de plantas desenvolvidas biofortificadas são o arroz, banana, tomate, batata doce, cenoura, entre outras. Cientistas europeus desenvolveram um milho biofortificado com três vitaminas. O milho transgênico possui 169 vezes mais b-caroteno (vitamina A), 6 vezes mais ascorbato (vitamina C) e 2 vezes mais folato (vitamina B9).

Milho transgênico produz colágeno.

O colágeno é uma proteína muito utilizada na indústria cosmética, farmacêutica e alimentícia, sendo extraída principalmente de tecido animal. A produção de proteínas como o colágeno em plantas é mais segura e econômica, pois proteínas recombinantes derivadas de plantas devem ter menor contaminação e menos agentes infecciosos. Cientistas americanos desenvolveram plantas de milho transgênicas que produzem colágeno em suas sementes, o qual possui as propriedades do colágeno humano.